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As origens do estilo

 

Duas revoluções em estilo nas artes e na arquitetura definiram os caminhos do modernismo na Alemanha. A primeira ocorreu por volta de 1900, época marcada por uma série de transformações estilísiticas, que surgiram como uma reação ao ecletismo desordenado e exagerado que se vinha produzindo desde meados do século XIX. Defendidas por diversos arquitetos e apoiadas por pequenos grupos da burguesia, essas mudanças buscavam uma simplicidade, transformando radicalmente o historicismo, mas sem rejeitá-lo de fato. A maioria dos arquitetos voltou-se para um estilo mais puro e impessoal, através, principalmente, da recusa do ornamento e, dessa maneira, desprenderam-se inclusive de vanguardas contemporâneas que buscavam novos tipos de ornamentos, como é o caso do Jugendstil . Até 1915, os arquitetos, com exceção de alguns poucos como Hans Poelzig, Peter Behrens e Josef Maria Olbrich, que tentaram reinventar motivos tradicionais, tenderam às formas mais puras e subdividiram-se em diversas vertentes. Contudo, em ambos os casos, havia um desejo de inovação. Mas somente pouco tempo antes da guerra é que a busca por inovações radicais começa a gerar experimentos de fato influentes, como a Fábrica Fagus (1911 -1914, Walter Gropius e Adolf Meyer) e os projetos de Bruno Taut, Walter Gropius e Henry van de Velde para a exposição do Deutscher Werkbund organizada em Colônia em 1914.

A segunda revolução estilística veio com o fim da guerra e foi muito menos abrangente do aquela do início do século. O consenso entre as diversas correntes progressistas foi desaparecendo, enquanto um estilo muito mais bem-definido apontava de fato para uma nova arquitetura. Liderado essencialmente por Gropius, o novo estilo concentrou-se em volumes de geometrias simples e puras, organizados de maneira assimétrica, totalmente desprovidos de ornamentos. Foi essa a arquitetura moderna, que se convenciou a chamar "estilo Bauhaus" ou International Style, e não as suas diversas vertentes surgidas no pré-guerra, que foi, alguns anos mais tarde, combatida durante o Nazismo. Tal estilo não teve suas origens formais na Alemanha, mas principalmente no movimento holandês De Stijl, também conhecido como neoplasticismo, que por sua vez, foi fortemente influenciado pela pintura de Mondrian e pela arquitetura de Frank Lloyd Wright. Porém, o impacto que ele teve na Alemanha não é comparável a nenhum outro país: o suporte do governo da República de Weimar logo no início possibilitou o seu rápido desenvolvimento dentro de um breve período e a sua consolidação.

 

Ao lado, no sentido horário: Peter Behrens. Künstler Kolonie. Darmstadt, 1901; Joseph Maria Olbrich. Künstler Kolonie. Darmstadt, 1901; Henry van de Velde. Teatro para a exposição do Deutscher Werkbund. Colônia, 1914;

J. M. Olbrich. Prédio da Secessão Vienense, movimento liderado por Klimt, que buscava romper com as escolas artísticas tradicionais. Viena, 1897/98.

Ao lado, da esq. para a dir.: Gerrit Rietveld. Cadeira vermelho-azul. 1918; Theo van Doesburg. Composição VII (As três graças). 1917.

 

Abaixo: Theo van Doesburg e Cor van Eesteren. Estudo de cores para centro comercial e restaurante-café. 1924.

Walter Gropius e Adolf Meyer: Fábrica Fagus. Alfeld and der Leine, 1911.

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